Giuseppe Terragni
O racionalismo italiano foi um movimento arquitetônico que aconteceu de 1926 a 1943, pretendendo conjugar de uma forma racional e original as características nacionais do Classicismo italiano com a lógica estrutural (a máquina e a indústria) herdada do futurismo, antes da Primeira Guerra Mundial. Este movimento arquitetônico nasce da síntese de conceitos diferentes. Por um lado, presta-se homenagem à recente corrente Novecento clássico, liderada por Giovanni Muzio e, por outro, à figura tutelar de Le Corbusier (e a dinâmica das formas industriais). A 1ª fase racionalista (1926-1930) agrega influências corbusianas e alemãs, vinculando-as à situação política da Itália no sentido de recuperação da identidade nacional e do clássico. Mas, diferentemente da ideologia fascista, o racionalismo não pretendia um retorno ao clássico, mas um resgate de seu espírito. O movimento, repudiado pelos arquitetos mais conservadores, agrupados em torno da União Nacional dos Arquitetos, liderada por Marcello Piacentini, de tendências clássicas, estabelecerá a polêmica quando o crítico de arte Pietro Maria Bardi, que tenta convencer Mussolini com o panfleto "Relato a Mussolini sobre a arquitetura", de que o racionalismo italiano é o único movimento arquitetônico capaz de cumprir na arquitetura a ideologia fascista. A União Nacional dos Arquitetos, entretanto, condenará o racionalismo, afirmando que esta arquitetura em nada refletia o ideal fascista. Piacentini aproveita a ocasião para se afirmar como o paladino daquilo que deveria ser esta tão discutida arquitetura fascista, estabelecendo o Stile Littorio (Estilo lictório). Com nove arquitetos sob as suas ordens, Piacentini estabelece na "renovada" Universidade de Roma um estilo fascista oficial, rígido nas soluções arquitetônicas que propunha. Algumas das obras criadas por este grupo, à margem dos racionalistas assumidos, mostram, no entanto, afinidades com este movimento desautorizado, como se verifica com Gio Ponti (Escola de Matemática) e Giovanni Michelucci (edifício de Mineralogia). A qualidade das obras produzidas no âmbito do movimento parece declinar em meados da década de 1930. Terragni é uma exceção, mas não a única. Edoardo Persico e Marcello Nizzoli, em 1934, apresentam a sua sala Medaglia d'Oro, na primeira Exposição Aeronáutica Italiana, constituída por uma malha reticulada tridimensional que se projetando ao alto no espaço da sala permitia a exposição de fotografias e trabalhos gráficos flutuantes. Este modelo de exposição será muitas vezes imitado posteriormente. Pietro Lingeri e Cesare Cattaneo, unidos a Terragni, serão responsáveis pelas últimas obras primas deste movimento, em toda a sua significação conceptual, estrutural e simbólica. Terragni participa nestes projetos para a cidade de Roma, sendo um deles o Danteum, nunca construído, que pretendia ser uma tradução arquitetônica e metafísica da Divina Comédia, e que, se realizado, poderia teria sido a glória de Terragni e, talvez, do próprio racionalismo italiano. Ainda hoje é discutível o caráter fascista da arquitetura racionalista. Na realidade, o embate não se soluciona, visto que ao mesmo tempo em que há proximidade e intencionalidade de inserção do contexto político do período (nacionalidade, idéia de unificação), há um afastamento no que se refere à ideologia conservadora e ditatorial do regime.
Movimento liderado por Giovanni Muzio
Principais arquitetos do Racionalismo Italiano:
Le Corbusier
Grupo 7 : Giuseppe Terragni, Sebastiano Larco, Guido Frette, Carlo Enrico Rava, Adalberto Libera (que substituiu Ubaldo Castagnoli), Luigi Figini e Gino Pollini.
Casa Del Fascio
Palazzo della Civiltà Italiana
Obras representativas do racionalismo italiano | |||
Data | Obra | Localização | Arquitecto |
1929 | Casa do Fascio | ||
1932 | Palácio de Correios, via Marmorata | ||
1934 | Giovanni Michelucci | ||
1935 | Roma | ||
1936 - 1950 | Roma | Marcello Piacentini | |
1936 - 1950 | Case alte alla Foce | Luigi Carlo Danieri | |
1937 | Jardim Infantil Sant'Elia | Como | Giuseppe Terragni |
1938 | Palácio dos Congressos | EUR - Roma | Adalberto Liberta |
1938 | Adalberto Liberta | ||
1941 | Museu da Civilização Romana | EUR - Roma | Aschieri, Bernardini, Pascoletti e Peressutti |
1941 | Universidade Bocconi | G. Pagano e G. Predeval | |
1943 | Palácio da Civilização Italiana | EUR - Roma | Giovanni Guerrini, Ernesto Bruno A Padula e Mario Romano |
1948 | Roma | Angiolo Mazzoni |
Fontes: